domingo, 18 de setembro de 2016

Nova fase

Fui dispensado da colaboração com o Novo jornal. A tal crise já vinha atingindo as finanças do jornal e na hora de cortar corta-se o que se considera ser o mais cortável com menores consequências ou distúrbios. Sem problemas. Estava planejando e confidenciando para os íntimos minha decisão de parar em Janeiro de 2017. A antecipação não traz complicações mais sérias fora um rearranjo administrativo e financeiro fácil de implementar.

 Sempre gostei de produzir charges, mesmo quando não sabia fazê-las. Graças ao socorro de grandes artistas e irmãos do traço consegui engatinhar até dar os primeiros passos e, entre um tombo é outro, andar sem auxílio direto desses mestres. Entre esses cito o saudoso Edmar Viana e Cláudio Oliveira. Outras referências da terrinha - Emanoel Amaral, Aucides Sales e o também saudoso Evaldo - me influenciaram bastante. Por mais de 30 anos - 33 para ser mais exato - venho produzindo charges na imprensa potiguar de forma ininterrupta desde 1988. Essa atividade sempre teve para mim um caráter contínuo e prazeroso, mas confesso que nos últimos 5 anos a obrigação de ter que produzir foi me incomodando. E não podia ser diferente para quem trabalha com um jornal diário. Minha intenção era sair do jornalismo impresso e ficar publicando charges no lotezinho que adquiri nos latifúndios da internet. Nesse projeto "meu blog minha vida" publicaria quando estivesse com vontade, sem ouvir o tique-taque do cronômetro e sem me preocupar com editorias e editores. Quem sabe a produtividade até aumente, né? Sempre falei em palestras que a charge é sintética e o chargista não consegue retratar em uma única charge todos os ângulos do tema que aborda. Meus planos profissionais agora incluem, além de manter o blog Sorriso Pensante, publicar livros, ministrar palestras e oficinas, escrever, desentocar projetos engavetados, investir mais na produção de cartuns, quadrinhos e desenhar, desenhar e desenhar.

 Pronto! Esse episódio estragou a surpresa, embora eu mesmo não tenha me surpreendido. Também não me senti magoado. Foi assim no finado Diário de Natal, onde melei de tinta suas páginas durante 21 anos.
Vou inclusive evitar trabalhar em jornais impressos já que por onde passo deixo um rastro de falências! Vai ser pincel frio assim nos Estados Unidos do Brasil... não é, Serra?

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