domingo, 28 de fevereiro de 2010

Eu no Novo Jornal



Durante 21 anos produzi charges para o Diário de Natal. Um tempo longo (minha filha, Ana Raquel, tem essa idade) de aprendizado e desenvolvimento da técnica de produzir o riso reflexivo. Porque a charge é isso: ela não se move pelo besteirol, o riso pelo riso. Não me entendam mal, até acho que há espaço para esse tipo de humor, mas o humor da charge tem o peso de um editorial. Trata-se de uma abordagem diferente da sobriedade do noticiário jornalístico; um espaço para expansão da reflexão sobre os fatos políticos e econômicos e suas possíveis correlações com outros saberes, em particular o saber não escolarizado, oriundo da verve popular. A boa charge deve desequilibrar e revelar o que o leitor não sabia que sabia.
Sempre tive essa precoupação ao criar minhas charges. Produzir um humor reflexivo. Fazer o leitor pensar enquanto ri ou vive e versa. Por diversas vezes refiz uma charge por achá-la óbvia demais, subestimando a inteligência do leitor ou hermética demais, confundindo o leitor através de um simbolismo do qual apenas eu tenho a chave para desvendá-lo. Nem sempre consegui sucesso, é claro... mas eu tentei!
Bem... chega de divagações. O fato é que depois da minha demissão no final de Outubro de 2009, até estava me acostumando com a possibilidade de não trabalhar mais em redações. Ficaria postando charges aqui no blog, pautando-me a mim mesmo. Até que surgiu a possibilidade de assumir o honroso lugar de Túlio Ratto (Papangu) no Novo Jornal. E não é que eu aceitei o desafio? A partir desta terça(02/03/2010) estreio na primeira página com uma charge colorida (meu sonho antigo). Agora é tentar seguir a mesma postura na produção das charges, contribuindo para a melhoria da qualidade do humor gráfico produzindo nessa terrinha de Cascudo.
Vamos ver no que dá. O ano promete!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

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