terça-feira, 18 de setembro de 2007
Micarla dando seus pulos
Essa questão da infidelidade partidária é um caso sério e incômodo.
É verdade que a culpa não é individualmente do político, mas do sistema partidário como um todo, da nossa cultura política. Qual a razão de um político se filiar a um determinado partido? Deveria ser o programa partidário, não é? É, mas não é. O motivo é pessoal. Os interesses pessoais estão acima do interesse da agremiação. Escolher um nome para concorrer a uma eleição envolve muitos interesses. É a configuração destes interesses particulares que está em jogo. Quem se sente excluído, procura outra agremiação que lhe permita realizar as suas próprias aspirações. Se este novo partido tem ou não identificação com os valores do candidato é o que menos importa. Neste caso, a cor partidária não tem importância e sim o espaço. A modalidade da transação é o escambo. Eu ofereço isso em troca daquilo. E neste escambo, trocam-se votos (via pesquisas ou resultados), mídia, parceiros e o escambau. Infelizmente, o brasileiro acostumou-se a ignorar a importância do programa partidário e vive a cultura do "salvador da pátria", do "homem que o país precisa", do "médico amigo", do "advogado amigo", do "trabalhador amigo". O partido, os ideiais, as propostas já não importam e sim a pessoa do candidato. Por isso, pular de um partido para outro tornou-se uma brincadeira. E viciante.
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2 comentários:
e quando o partido vota contra sua própria declaração de princípios e pune os que votaram de modo contrário? e quando o partido muda?
mudando de assunto: suas charges são ótimas. cheguei aqui pelo Dnoronha do Cave Canen.
Abração.
Pois é, Luiz.
Isso só reforça a insignificância do programa partidário, né? Os partidos deveriam ser uma agremiação de pessoas com ideais comuns. O partido é o resultado dessa identidade. Ele não existe por si próprio. Mas, como os "nossos" políticos não têm convicções, princípios, o resultado é esse. Nesses casos, não é o partido que vota contra o partido. O que ocorre é a inexistência de um partido. O que existe é apenas um punhado de indivíduos fazendo o que bem entendem, sem seguir princípios partidários.
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