terça-feira, 31 de julho de 2007

Catástrofe anunciada


"É o quarto de despejo do símio poluidor", assim afirmava, já em 1983, o compositor Enoch Domingos na sua música "No cio do rio". Então, falta de aviso não foi. Pesquisadores e ecologistas denunciam há anos a poluição crescente do Potengi, rio cujas margens, num passado recente, acolhiam lavadeiras e moleques afoitos por aventuras.
Mesmo com todas as análises dos fatores influenciadores uma coisa é certa: os governos (não apenas o atual) foram negligentes. Empresas e cidadãos podem atacar criminosamente o rio, mas compete ao estado a sua defesa com ações eficazes, multando, policiando e, principalmente, prevenindo com saneamento.
Com quantas catástrofes se faz uma consciência? Quantas toneladas de peixes mortos serão necessárias para uma atuação eficaz das denominadas autoridades competentes? O que fazer com o curtume, as limpa-fossas, o esgoto?
Infelizmente oportunistas cumprirão seu papel, acusando e defendendo, pois, afinal, estamos em uma ano pré-eleitoral e é preciso coletar material publicitário suficiente para a verborragia dos discursos midiáticos.
Diz ainda a canção de Enoch: "Tudo isso o rio escuta, mas observa calado".
Calado, sim. Quieto, não.

Nenhum comentário:

Compartilhar/Share