sexta-feira, 25 de maio de 2007

O espetáculo do crescimento da corrupção


Desde o início desta operação a gente fica com uma expectativa de que as revelações são sempre parciais, que tem mais coisa, que o buraco é mais embaixo. Claro que essas práticas não surgiram no governo Lula. Aliás, o governo tem usado justamente o grande número de apurações feitas pela PF para justificar o combate à corrupção. De qualquer maneira o crescimento da corrupção, ou pelo menos sua divulgação, tem sido espetacular. Triste espetáculo.
O monstro é feio e grande. A cada noticiário descobrimos mais um dos seus tentáculos. Tenho usado a idéia do tentáculo algumas vezes, mas não é por falta de criatividade. É que tenho a sensação que o tema ainda não se esgotou. Se expremer os neurônios, dá pra desdobrar uma idéia, ampliando e complementando o que uma charge isoladamente não consegue dizer. É que pesa sobre nós, chargistas, o desafio de expressar tudo em uma imagem. Embora a imagem seja polissêmica, não tendo um único sentido, o próprio chargista tem que se limitar ao espaço e tempo para o seu enunciado. Mesmo com a colaboração e complementação de sentidos feitas pelo leitor, fica ainda algo a dizer. E isso é bom para o exercício criativo. Não se trata da tagarelice do texto que Barthes denuncia. É desdobramento, implicações e riqueza textual.

2 comentários:

Anônimo disse...

Esse tentáculo da charge, seria de um polvo? de uma lula? ou de um Lula?

Ivan Cabral disse...

Pra você ver como o processo de leitura é interessante, André. Sinceramene,nem de longe pensei nessa relação sonoramente perfeita. Mas sua leitura é válida e demonstra uma grande capacidade de fazer relações de significado. Acho, inclusive, que todo brasileiro é chargista na essência, na capacidade de ler com humor os fatos; ele apenas não desenha, mas como na charge o mais importante é a idéia... somos todos chargistas.
Parabéns pela leitura e volte sempre! Ah... e divulgue o blog! Envie os posts para seus amigos.

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